Tic tac, o tempo passa e vai no relógio ponteiro E uma pontada na cabeça pronta pro tiro certeiro Engatilhada bem na nuca, sem chance de reação Sabe que o cilindro esquenta quando chega a decisão Amarrado na cadeira, amordaçado já sem chance Mantem seus olhos fechados, desalmado e quer que avance Pra acabar com essa agonia de uma vez por toda e só Deixa quieto, o certo é certo, resto é resto e pó é Tudo o que eu falei, tudo o que eu ouvi, tudo o que eu senti Agora tá pra trás, tanto que eu chorei, tanto o que eu sorri E o que eu construi, meu Deus, nunca mais Tudo o que plantei, o que eu não colhi, o que eu não vivi, vou viver jamais Porque agora eu sei que só o tempo é rei Vai diminui quando ouvir: boom Mas sabe, o Senhor é o Pai, não me abandonai Pai rogai pelo filho teu, orais pelo que esqueceu Quando se perdeu, perdoais o que aconteceu Já que mereceu, infortúnio da morte, Pai Peço que o conforte pra que ele seja forte, aguente esse porte, aceita essa sorte, mas Se eu pudesse dizer tudo o que tá preso na minha garganta Eu diria que dessa vida cê não leva nada e querer só dinheiro não adianta Eu voltaria no tempo que eu desperdicei, pediria perdão pra quem eu magoei Agradeceria por todos os dias, por todas pessoas que na vida amei Eu faria de novo coisas que eu errei, até repetiria umas mesmas que eu sei Então viveria como deveria, sem me arrepender de nada que eu tentei Das vezes que eu vacilei, das vezes que eu escapei, das vezes que eu me dei bem De todas que eu sei, de todas que eu nem sei, eu viveria Você que escolhe o que cê quer fazer Na hora de escolher o que cê vai dizer? Agora não tem nada pra fazer É, carrega o fardo e leva com você Você que escolhe o que cê quer fazer Na hora de escolher o que cê vai dizer? Agora tem mais nada pra fazer É, carrega o fardo e enterra com você