De que me adianta viver na cidade Se a felicidade não me acompanhar Adeus, paulistinha do meu coração Lá pro meu sertão, eu quero voltar Ver a madrugada, quando a passarada Fazendo alvorada, começa a cantar Com satisfação, arreio o burrão Cortando estradão, saio a galopar Eu vou escutando o gado berrando Sabiá cantando no jequitibá ♪ Por Nossa Senhora, meu sertão querido Vivo arrependido por ter te deixado Esta nova vida aqui da cidade De tanta saudade, eu tenho chorado Aqui tem alguém, diz que me quer bem Mas não me convém, eu tenho pensado E digo com pena, mas esta morena Não sabe o sistema em que fui criado Estou aqui cantando, de longe escutando Alguém está chorando com o rádio ligado ♪ Que saudade imensa do campo e do mato Do manso regato que corta as campinas Ia aos domingos passear de canoa Na linda lagoa de águas cristalinas Que doce lembrança daquelas festança Onde tinha danças e lindas meninas Eu vivo hoje em dia sem ter alegria O mundo judia, mas também ensina Estou contrariado, mas não derrotado Eu sou bem guiado pelas mãos divinas ♪ Pra minha mãezinha já telegrafei Que já me cansei de tanto sofrer Nesta madrugada estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer Já ouço sonhando o galo cantando O inhambú piando no escurecer A lua prateada clareando a estrada A relva molhada desde o anoitecer Eu preciso ir pra ver tudo ali Foi lá que nasci, lá quero morrer