Fiz tanta homenagem ao interior E ao trabalhador de alma gentil Os versos que fiz os colegas gravaram E se espalharam por esse Brasil E a saudade da minha terra Tornou se um hino na voz do meu povo Porque quem deixou sua terra querida Embora alcançando sucessos na vida Não há quem não queira revela de novo Quem é que esquece o campo, a cascata O lago, a mata, a pesca de anzol O gado pastando o capim do atalho Molhado de orvalho, brilhando ao Sol E a gentileza daquele povo Que a todos dispensam o mesmo calor Eu gosto da vida também da cidade E sei que existe a felicidade Mas deve ser filha do interior Nos bailes da roça eu sempre cantava Alguém que me amava chorava por mim Depois eu dançava no grande terreiro Sentindo o cheiro da flor de jasmim E até hoje ainda sinto Aquele perfume pairando no ar Me faz reviver a feliz mocidade É o perfume da doce saudade Que nada no mundo consegue apagar É quase um mistério a vida da gente A luta da mente é quase que vã Aquilo em que hoje se vê naufragada Talvez será nada em nosso amanhã E a saudade da minha terra Está em minh'alma e em todo o meu ser No palco da vida eu vou trabalhando Mas quando sentir a cortina fechando É na minha terra que eu quero morrer