Em Delfinópolis, Minas Gerais, na fazenda do Brejão Aconteceu uma tragédia de doer o coração Pois o pai matou o filho na maior judiação Só porque ele roubou uma galinha do patrão O menino era pobre e não estava em situação Ele vendeu a galinha que roubou do seu patrão Para comprar uma camisa que era a sua intenção Mas não pensava que o destino lhe preparava uma traição Pois o fazendeiro viu lá de trás do barracão Chamou o pai do menino e contou-lhe um sermão Ou o senhor saia daqui ou dá nele uma lição Aqui na minha fazenda, eu não aceito ladrão O homem, quando ouviu isso, lhe cortou o coração E disse pro fazendeiro: ele não rouba mais, não E voltou pra sua casa, amolou o seu facão E chamou o seu menino, que subiu pro cerradão Lá no meio do cerrado, fez um buraco no chão O menino, inocente, ajudou com o enxadão Depois, chamou seu menino e explicou sem compaixão Tu agora vai morrer só porque tu és ladrão O menino, de joelho, pro seu pai pediu perdão Mas ele não perdoou e 'rancou do seu facão Degolou o seu pescoço e, morto, caiu no chão Depois, enterrou o menino na mais triste judiação