Cota, permita-me que eu te confesse Que eu nunca fui do tipo que vive Do "se eu soubesse" Mas, se eu soubesse Talvez tivesse te valorizado mais Meu diamante sagrado Obrigado por teres incutido desde tenra idade A ser íntegro, a me entregar sem perder a integridade Que na verdade essa esquina é uma senzala Então não fala, faz meu filho Pega na tua vida e tenta melhorá-la E assim aconteceu Trabalhei no inferno para comprar um lugar no céu Era eu, tu e Deus na luta Porque o homem é imperfeito E a justiça raramente é justa O que não surpreende não são erros São lições, a gente não perde, a gente aprende A gente foge da desgraça Sabe que fácil não tem graça A tinta no corpo não esconde a dor, só disfarça Essas tatuagens Elas escondem essas minhas cicatrizes Porque eu perdi o meu maior diamante Ela era linda, ela era preta, imigrante "Chega de tatuagens, meu filho, pareces um livro" Impulsivo, não te ouvia Mas sabia que era um aviso positivo À procura de adjetivos p'ra te descrever Sem desrespeitar o cota Mas meu pai foste tu mulher Foste tu tininha, e desde que eu te perdi Que todas mães angolanas são um bocado minhas E quanto à família, tinhas razão Os mais novos não, mas o Ederson tem noção Da falta que a avó lhe faz A casa ainda não está pronta, mas já faltou mais Só que eu sinto que sem ti é em vão Senti-me leve depois de ter sentido o peso do teu caixão Porque acredito que estejas rodeada de anjos Que me protegem porque sabem que Um homem sem mãe, não é nada É assim que o teu filho pinta e mergulha Nessas palavras escritas com tinta e agulha Essas tatuagens (Tina) Elas escondem essas minhas cicatrizes Porque eu perdi o meu maior diamante Ela era linda, ela era preta, imigrante Essas tatuagens Elas escondem essas minhas cicatrizes Porque eu perdi o meu maior diamante Ela era linda, ela era preta, imigrante E bem elegante Anyfá cuida da tua cota Pro cuida da tua cota Txutxo, tu sabes A nossa dor é a mesma mó irmão As vossas mães são minhas agora Tina