No ribeirinho, dentro da mata serena Um burburinho, uma cabocla morena, flor do caminho Vai ali se banhar, vai ali se mirar E num espelho de lua, seu corpo flutua Se banha nua na água do rio E os passarinhos, abrindo as asas pequenas Deixam seus ninhos, cobrindo o solo de penas pelos caminhos Pra morena passar, pra cabocla deitar E num claro de lua, na mata que é sua Se olhar toda nua na água do rio Por detrás do monte eu também fico a mirar Através de um raio de luar E ao pé da fonte, ouço a cabocla me chamar Pra me envolver, me enfeitiçar Endoidecer meu olhar (Guinga e Paulo Cesar Pinheiro)