Quando o corpo vai prum lado E vai pro outro coração Cante que só passarinho Jogue o corpo na canção Êh, Êh, Êh, Êh boi Que o coração vê caminho E os pés se movem no chão Êh, Êh, Êh boi Ah, Ei Sou cantador de Cajazeira E vim cantar a minha gente Gente que não foge do aço Gente que não corre de macho Nem de onça ou de mulher Vem cantar a minha gente Lá das banda de Cajazeira Onde um Coronel diz que é dono de tudo Coronel Fragoso Horroroso, viúvo, véi, barrigudo Como dizia o bom Joaquim Pelas ruas de Piancó Fazendo chacota dele Quando alguém dizia que em compensação Ele tinha a casa mais bonita da cidade Quero um cantinho nessa feira Pra cantar a minha gente Gente que não foge de fera Gente que não corre de guerra De arruaça e o que vier E não foge tão pouco do Coronel Fragoso De quem todo mundo corre Ou quase se borra de medo Quando ele vem subindo a jaqueira Enfezado com a debandada de sua gente Ou com a seca do Sertão Quem quiser que venha ver os causos Que eu conto com satisfação Pra clarear as cabeça de bom pensar Sobre os acontecidos em Cajazeira Lá onde um Coronel diz que é bom que só Deus Porque dá metade pra quem planta e cuida do seu gado Quem quiser que venha ver se tá tudo certo ou errado Nos meus causo acontecido Se gostar que faça uso e bom proveito Se não gostar continue deixando tudo esquecido