Acorda, minha Maria E abre os vidros da vidraça Acorda, minha Maria E abre os vidros da vidraça Vem banhar-me dessa graça Que o teu olhar irradia Vem banhar-me dessa graça Que o teu olhar irradia Tenho andado pesaroso A vaguear pelas ruas Cantando saudades tuas Acorda, minha Maria Cantando saudades tuas Acorda, minha Maria Eu quero ver-te à janela Doce visão desmaiada Quando, ao raiar da alvorada, Se apaga a última estrela Para, no livro da vida, Poder contar mais um dia Abre a janela, Maria Eu quero ver-te à janela Nesse teu sono inspirado Talvez tu sonhes comigo E o poeta, o teu amigo, Passou a noite acordado Pressentindo, adivinhando, Entre rendas escondido Teu perfil adormecido Num sono sempre inspirado Bendita sejas Maria, Porque meus os versos ouviste E eu, dantes, era mais triste Quando te não conhecia Para enlevo dos meus olhos Inda que a vida não baste Bendita, porque chegaste Bendita sejas Maria! Bendita, porque chegaste Bendita sejas Maria!