Minha rua sossegada Onde não se passa nada E se conhece quem passa És como certas mulheres Tão linda sem o saberes Sem graça sem querer ter graça Não tens luxo e és ditosa Não te compões e és formosa Não és rica e vives bem Minha rua pequenina Onde brincaste em menina E já brincou minha mãe Trabalhas mas também amas Quando o amor acende chamas No olhar das tuas donzelas És maneirinha e garrida Governas a tua vida E tens cravos nas janelas Eu não tenho outra delícia Que ir Que ir vivendo na carícia De te dar minha amizade Deixar-te era padecer Era aprender a dizer Esta palavra saudade