Odete nunca cumpre o que promete Odete nunca conta com ninguém Odete só faz o que lhe compete Já dizia a sua mãe Odete faz sempre o diabo a sete Odete anda sempre mal disposta Quem se mete com a Odete Acaba por levar resposta Fura a bola do miúdo Que entrou pro seu quintal O marido acha absurdo E mergulha no jornal Grita lá fora o miúdo Dona Odete não leve a mal Odete não costuma fazer frete Odete não quer saber quem morreu Odete já constou na internet No dia que desapareceu Odete pega na sua pochete Odete sai pra tomar um cafe Odete tem uma dor que se intromete Que não a deixa estar de pé Lá morreu a nossa Odete Foi feriado na aldeia O sino toca a rebate A igreja estava cheia No dia que Odete parte Foi feriado na aldeia O padre em contestação Recusa-se a dar a missa E a enchente da igreja Vai saindo com frieza Não foram pra lamentar Foram pra ter a certeza Nem o marido quis lá estar Diz não lhe bateu a tristeza Foi manchete hoje morreu a Odete Foi manchete hoje morreu a Odete