Começa um novo episódio Parte 2, 10 anos depois Pois o ciclo venenoso continua e não para Para cada brasileiro ou brasileira na dianteira da história Olha só a trajetória em torno da bandeira Desde as Jornadas de Junho Cerrados o punho pra além dos 20 centavos Com MPL, mas veio MBL, aprovação da PL O golpe já tinha um rascunho Conchavos feitos à direita Eita porra! (vai vendo) Assim nossa esquerda destra perde o peso na gangorra (Orra!) A classe que trabalha pagará o boleto, sem amuleto Corre solto ainda o genocídio preto Esqueleto de um momento de novas miragens Pra não pirar: consciência pros que vem das margens! Já que a história não finda E não existe nada sem trabalhador ainda Como eu queria que isso não passasse de um sonho E nossas leis viessem a favorecer o povo Uma década passou e nóiz firme e forte aqui Martelando o mesmo prego de novo Anos 2000 Achavam que os carros iam voar As doenças iam curar e viver como os Jetsons Mas o que eu vejo é a polícia matar As leis se encavalar Voltamos aos tempos dos Flintstones Acendo o Winston Não vejo a mulekada no parque É só mais um fim de semana no parque Desempregado O pai atrás do alimento em busca de um sustento Tem que aguentar o baque Quantos não crescem filhos de mãe solteira E, sem perspectiva, têm que partir pro ataque Hoje o mano é formação de quadrilha Mas quando ele foi preso, roubava um chocolate (yo yo) E continua o ciclo, mais um versículo Família pobre brasileira espremida num cubículo Na trilha do Sol, o anzol da propaganda te fisga Quando o seu filho diz: "Pai me compra aquele triciclo?" Muitas coisas mudaram, muitos se armaram Uns morreram, uns mataram, crime no currículo Vejo sangue na camisa furada Foi perfurado na calçada O soldado, mais um discípulo É venenoso, irmão, ganância, dinheiro na mão Quem são? sem cenzão pra sessão, um criminoso em ascensão É tensão além da compreensão Atenção, pois pensam que não aguenta a pressão Em cima do muro, olhando os dois lados, não vejo futuro Me sinto inseguro em meio ao fogo cruzado Acusado sem crime por quem nos oprime Esse é o regime, no oceano o reflexo do soldado Colherão flores na terra aqueles que plantam corpos Quem verá o fim da guerra serão os soldados mortos Olhe pro lado e encontre telas com seres na frente E, ao olhar pra frente, veja a tela que nos põe de lado Distanciados do que vem à frente, tampamos os lados Trampamos, dormimos só pra trabalharmos, fatos Se todos fossem ricos ou famosos Haveria graça no anonimato Alone in mato, fatos Acostumados enjaulados, celulares caros, sapatos e carros Antecipamos todos os fatos E isso tem nos transformado em ratos Quando confinados a tendência é comermos outros ratos Ame as pessoas, use coisas e não beije a lona Pra você ver que o contrário não funciona, tem quem chora Por ter papel demais e não escrever história Andando incrédulo, Matrix é o trailer do século Talvez por isso foi lançado em '99 E agora chove a chuva ácida do ano '17 Corre! Tudo a serviço do que eu quero receber mensal Mas tudo isso é Para Além do Capital (yeeeeeehhhh) Olho pro alto enquanto caio Atingido por um raio Num dia chuvoso Abro meus olhos, ainda estou vivo Levanto e me reativo Encaro o ciclo venenoso O ciclo venenoso "O foda é que Esse ciclo venenoso torna o emprego alienável Essa é a real pegada Que sem emprego a gente até vive Mas sem trabalho a gente não é nada"