Brites de Almeida Mulher sem rumo, nem rota Guerreira nas horas vagas Padeira de Aljubarrota ♪ ♪ Nasceu em Faro De família pobrezinha Mas a fama que ela tinha Era de ser bicho raro Ao desamparo Gostava de andar à briga Dos homens era inimiga Varria-os à bordoada À cabeçada Era forte como um touro Tinha um coração de ouro Tão temida como amada Quando um soldado Por ela se apaixonou Sincero se declarou Queria ser seu namorado Apaixonado Aceitou-lhe as condições Lutarem como leões P'ra ver quem era mais forte Mas quis a sorte Ser o mancebo o mais fraco Ela fez dele um cavaco E o pobre entregou-se à morte Brites de Almeida Mulher sem rumo, nem rota Guerreira nas horas vagas Padeira de Aljubarrota ♪ Conta um jogral Que abalou para Castela Embarcou num barco à vela P'ra fugir ao tribunal Mas sem aviso Vieram piratas mouros Levaram gente e tesouros Foi escrava de improviso Foi prisioneira Mas num gesto triunfal Fugiu para Portugal Acostou à Ericeira E caminheira Partiu sem rumo, nem rota Foi parar a Aljubarrota Teve oficio de padeira Mesmo sem querer Heroína dos enganos Foi guerreira sem saber Martírio dos castelhanos Nuestros hermanos Levaram com a pá do forno E partiram sem retorno Da terra dos lusitanos Brites de Almeida Mulher sem rumo, nem rota Guerreira nas horas vagas Padeira de Aljubarrota ♪ Brites de Almeida Seja história ou seja lenda Revelou-se na contenda Modelo de liberdade Fazia pão, broa de milho e bolos Não sabia marcar golos Não foi para o Panteão