Uma garrafa de amoníaco Ou comprada a um Austríaco Eu sou maníaco Duas gramas eu bato, um batimento cardíaco Traçado com ópio, gramas de sódio Eu fico sóbrio e os ponteiros encravam no relógio Secam narinas, lubrificam vaginas Não imaginas quantos narizes as tuas notas já viram A pupila dilata e o fumo na prata afasta Pensamentos que a vida é madrasta E dá-me tempo, amor e saúde E dá-me tempo Porque amor e saúde eu substituo por mais tempo Há tempos, eu fujo à realidade, a respiração me falha Procuro uma mortalha Sinto-me no fio da navalha Queimo por dentro e ardo como amor cego Eu sinto que não sinto, mas não cedo tão cedo Até porque tenho de escrever as minhas últimas rimas Mas se tiver de hoje, mano Eu nem tenho medo Madrugo numa suíte VIP que alugo Só faltam duas horas para acabar o mundo e eu explodo Neste quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo deixar nada no papel Madrugo numa suíte VIP que alugo Só faltam duas horas para acabar o mundo e eu explodo Neste quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo deixar nada no papel Uma e trinta, entro nas urgências Macas, sangue, sem cerimónia nem importância Sou mais um corpo fraco a caminho de morto Por culpa do outro que mostrou o meu produto Mas o mundo é meu Eu quero a terra, não o céu Porque agora dá-me jeito soro Se não demoro a ganhar forças E os corredores ficam a parecer o caminho da forca Eu vou à faca Tenho a bateria fraca Saio do corpo e vejo-me deitado na maca Eu perco-me em sonhos, pesadelos medonhos Respiro fundo e fecho os olhos Madrugo numa suíte VIP que alugo Só falta uma hora para acabar o mundo e eu explodo Neste quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo deixar nada no papel Madrugo numa suíte VIP que alugo Só falta uma hora para acabar o mundo e eu explodo Neste quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo deixar nada no papel Madrugo numa suíte VIP que alugo Só falta uma hora para acabar o mundo e eu explodo Neste quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo deixar nada no papel Há três horas atrás era um diamante em bruto Agora um puto, nem luto Ouço médicos a comentar o meu futuro Crítica ou não, só sei que é no coração E não me lembro de nenhuma oração Eu não percebo nada disto Tanta gente a olhar para mim De olhos postos a ver o meu fim Mais perto há uma voz que se distingue Segreda-me ao ouvido e diz: faz da vida um ringue Madrugo numa suíte VIP que alugo Só falta um minuto para acabar o mundo e eu explodi Naquele quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consigo meter nada no papel Madrugo numa suíte VIP que alugo Só falta um minuto para acabar o mundo e eu explodi Naquele quarto de hotel a tentar encontrar inspiração Mas não consegui meter nada no papel Meter algo no papel Explodi naquele de hotel Meter algo no papel Mas fiquei sem nada no papel Sem nada no papel Explodi naquele de hotel Tentar meter algo no papel Meter, meter Tentar meter algo no papel Explodi naquele de hotel Hotel Naquele de hotel Tentar meter algo no papel Hotel