O povo ainda chora, papai O povo ainda chora, minha mãe Meu filho pra minha mulher diz: Mamãe E agora eu que sou o pai: Qual vai ser? Com pressa de viver sem ver TV Tô mandando quem eu quero se foder Esperança é expectativa Minha fé, minha única certeza Vou trampar pra que meu filho coma E amenizar a dor de um país em coma Tive que ralar pra ficar famoso E depois entender que foda-se a fama Essa revolta é química Nessa veia corre o sangue de quem foi roubado O rap ainda é dedo na ferida Quem não pegou essa visão foi manipulado Solo sagrado, todos sentem isso Além da riqueza, poucos sentem isso Benção pra quem sabe o que faz Maldição eterna pra quem matou índio Sigo respeitado por todo gueto Aquele branco capaz de inspirar um preto Um dedo pros cu ainda é pouco (Toma meus cinco dedo) Tô tipo Cazuza, exagerado Pique máfia Yakuza, encapetado Estilo Jack Nicholson, caçando esses cuzão Porra! Iluminado Usei droga pra mudar minha consciência Mas nada mudou Ganhei tanta grana, gastei tanta grana Que ela quase acabou Tive que crescer pra enxergar que crescer Ainda é muito pouco Tô tipo bicho solto, coringa louco da cena Não espera o ódio dominar Pra entender o tamanho do nosso problema Ainda não ganhei Ainda tô pelas mina, o povo, os gay E tô matando aqui e agora Aquele RET que achou que venceu Porque eu falhei (Todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder (todo poder pro povo) Todo poder pro povo (todo poder pro povo) Todo poder Sempre quis mudar o mundo pra melhor Por isso quase me perdi no caminho Não acredite em elogio, TV, jornal Porque é certo, nego, tu ficar sozinho Quando eu falo TTK Me refiro a sua quebrada Quando eu falo em fumar Tô exigindo liberdade, nego, isso é tudo ou nada Fuga dessa porra toda plástica Cuspa essa porra toda tóxica Mágica é trabalhar o tempo todo Revolução ao vivo, ontologia anárquica Feito uma foda bem dada e rápida Sem esquecer que ela também quer seu chupada, hm A maioria deles não entende nada Eles tão cagando E tá morrendo favelado pra caralho todo dia Um dia um santo disse que eu sou pai de santo Hoje meu show é meu terreiro, nego, quem diria Tô pronto pra ser eu, não pra ser popular Pra revolucionar ou pra copular A loucura real ninguém vai falar Quem se joga do prédio não diz: Vou pular Falta feijão e arroz no prato Condição pra pobre ganhar de fato Pastores demônios lucrando com Deus Enquanto o poder corrompe os dois lados Essa verdade vai doer Não vejo o bolo crescer Só vejo o olho crescer Quando nossa família vai triunfar? Covardia é não deixar o povo vencer (Iê) (Iê) (Iê) (Iê) Eh, eh, eh Eh, eh, eh Eh, eh, eh Eh, eh