Vagar por incertezas é um acaso de viver nesse planeta Sob nuvens espessas de solidão, passeio Como pestes que chegam por caravelas nos estreitos Fendas, mazelas, monstros amedrontam Estava a dar voltas no lugar, camundongo Mas agora avanço como Dragões-de-Komodo Bendito seja o corpo que suporta os trovões Depois de me chocar contra a cadeia de montanhas Não sou de perder tempo com bobagens, coisas tolas Mas estou a olhar o céu como se fosse uma criança Vi as éguas da noite galopando entre as vinhas e buscando meus sonhos Trago nos bolsos lâminas letais, vários tamanhos Estopas pra limpar os fluídos que escorro Descanso na estepe como um lobo distante da alcatéia Alguém me pergunta por que escrevo Eu me pergunto como ainda estou vivendo E as manhãs morriam debaixo de suas patas encarnadas ♪ Vi as éguas da noite entre os escombros da paisagem que fui ♪ Vagar por incertezas como um cão que deseja estar à mesa Sou deserto como o peito que abriga o escapulário Deserto como abraços que partiram Como lembranças que borraram Ilegíveis Meus cadernos abrigam: bombs, lamentos Desenhos da princesa que cortejo Louça revelada nos escombros Design de Gaudí Tema dos meus sonhos Eu repito que há paredes friez Ruas duras ♪ Carrossel de fogo que consome todos Estar aqui é um descaso! Quem fez isso conosco? Relíquias cristalinas por de baixo de entulhos Algumas almas são tão puras que não vejo ao olho nú Gostaria de viver em outro paralelo Ou simplesmente não viver Estou ilhado Roupas no sol e papéis por todo o espaço Poderão ver que estou revolto como a água que me toma Desperto como se um pássaro tocasse minha boca pra furtar alguma coisa Vi as éguas da noite entre os escombros da paisagem que fui Vi sombras, elfos e ciladas Se te ausentas há paredes em mim