No encontro das águas mantive meus pés no chão (meus pés no chão) Dentro da bolha que tinha o ar pra respirar (todo ar) Tudo muda o tempo inteiro e nada me basta Quando vale o amor que cê pensa que tinha me dado? (meus pés na chuva) Não vira nada Ecos no estômago (respira) Clamo por seu retorno Todos sabem os cães da casa rodeiam meu corpo Solidários tentam me reanimar Sou uma folha quase morta onde a luz da lua passa e se refrata Meu sangue na página é como dádiva Obra de arte, bandeira hasteada Gosto de ver navios no horizonte Mas sem seu amor todo horizonte é uma fenda que me arrasta Como televisão ligada na sala de jantar Reflexo nos prédios, Hotel Faial, Edifício Daros A forma como a chuva acoberta meu corpo é perfeita demais Deve ser proposital, um ensaio da estação ♪ Brilha, brilha estrelinha tão distante Meus lamentos ecoam, se dispersam e me despertam de um sonho Agora sou eu quem rodeia os cachorros, buscando um amigo Um elo corroído pelo marasmo, força do tempo Às vezes pareço comigo mesmo Às vezes sou um estranho a um espelho Um quadro esquecido no museu Um spam removido para as lixeiras de Deus As folhas secam no varal e revelam mofo Vou ter que esperar, deixar de molho Assim como a lama que seca e a tempestade que governa gira o meu coração Na roda gigante da solidão ♪ Como é difícil tentar e tentar Tentar e tentar Como é difícil buscar e tentar Tentar e buscar algo Busca as forças pra sair da fenda Das profundezas de um dia frio Tanta chuva Ao redor a névoa Tento mais não consigo fugir Quando for chegar a hora preciso estar calma para me jogar Quando abrir o dia vou buscar o que for meu Meu, meu, meu... Caem os escombros Vejo toda dor Uma tarde fria Você não está (você não está) Caem os escombros (caem os escombros) Cobrem os meus sonhos Nessa tarde fria você não está