Maria da Glória o dia finda Põe-se linda, ainda que feia Meia lua chega, lua cheia Pinta se ao espelho Rombo e embaçado Numa caixa de veludo pardo A bijuteria de funkeria Num escuro até que parece E assim que a casa anoitece Maria da Glória acontece Maria da glória, chiquitita Tão bonita Ainda que nunca E quando a rua é feia, a lua chega Guarda as missangas e as contas num frasco Lá fora a vida dá-lhe um certo asco São muitas buzinas Tróleis, ardinas Debaixo do sol que escurece Pois só quando a lua aparece É que Maria da Glória acontece Maria da Glória de peruca Tão maluca Ainda que seja Num quarto de lua sem janela Borrata os lábios e dança descalça Às voltas com a vassoura numa valsa Finge que é vida Finge que é lida Se alguém de repente aparece Mas só porque nunca aparece É que Maria da Glória acontece Maria da Glória acontece Maria da Glória acontece Maria da Glória acontece