Quando se viu pela primeira vez Na tela escura de seu celular Saiu de cena pra poder entrar E aliviar a sua timidez Vestiu um ego que não satisfez Dramatizou o view da rotina Como fosse dádiva divina Queria só um pouco de atenção Mas encontrou a própria solidão Ela era só uma menina ♪ Abrir os olhos não lhe satisfez Entrou no escuro de seu celular Correu pro espelho pra se maquiar Pintou de dor a sua palidez E confiou sua primeira vez No rastro de um pai que não via Nem a própria mãe compreendia No passatempo de prazeres vãos Viu toda a graça escapar das mãos E voltou pra casa tão vazia ♪ Amanheceu, tão logo se desfez Se abriu os olhos de um celular Aliviou a tela ao entrar Tirou de cena toda timidez Alimentou as redes de nudez Fantasiou o brio da rotina Fez de sua pele sua sina Se estilhaçou em cacos virtuais Nas aparências todos tão iguais Singularidades em ruínas ♪ Entrou no escuro de sua palidez Estilhaçou seu corpo celular Saiu de cena pra se aliviar Vestiu o drama uma última vez Se liquidou em sua liquidez Viralizou no cio da ruína Ela era só uma menina Ninguém notou a sua depressão Seguiu o bando a deslizar a mão Para assegurar uma curtida