Eu ando perdido e cansado sofrendo de amor A minha ansiedade maltrata por onde eu vou Rastejo no deserto vivo que eu criei Meu peito aperta, minha boca que seca também Se a vida tá torta, pra que mentir Se a fera me encara, não vou fugir Se o que me sufoca mesmo não quer largar Silêncio, de benção me encho, me aterro bem E a lava que rege os meus sonhos me leva além Meus olhos cozidos entregam-me Amigos me cercam e creem em mim Eu que busquei mil respostas sem precisar Vulcão, vulcão Vulcão, vulcão Vulcão, vulcão Vulcão, vulcão Vulcão, vulcão Vulcão, vulcão Quatrocentos olhos de vidro decoram O vestido de dona Maria É besouro, é tesouro, é panela vazia É tesouro, é besouro, é panela vazia Quatrocentos olhos de vidro decoram O vestido de dona Maria É besouro, é tesouro, é panela vazia É tesouro, é besouro, é panela vazia Olho reluzente, olho comovente Olho tem brilho de gente que traz A bagagem a luz do dia Dona Maria quebrou seu espelho E pegou cada caco de vidro E colou no vestido vermelho rodado E na mão carregava um candeeiro Toda noite ela girava, reluzindo a luz da lua Criançada acompanhava No passo alegrando a toda rua Êro, êro, ói meu candeeiro, êro Meu candeeiro, olha a luz do candeeiro, êro Esse lamento é meu Só cabe a mim Se o lamento é seu Só cabe a ti Pra se desafogar