Um velho me conta sobre o que já não mais é Traça no fino ar formas que só posso imaginar Aquilo que por ora permanece não tem nunca garantia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Eu gasto meus momentos Contemplando o que eu não vejo Os reinos que agora jazem sob meus pés Estão dissolvidos em sonhos que dormem Enquanto caminho e desejo Meus ossos vibram E sobram Eu vivo o intervalo E me calo quando o vento fala Eu sou carcaça animada Que o tempo aos poucos desanima Eu viro osso, viro pó Que o vento volta a animar Eu me espalho, cobrindo tudo Sempre mudando de estado e de lugar ... Um velho me conta sobre o que já não mais é Traça no fino ar formas que só posso imaginar Um velho me diz De vez em quando a vida me ataca E me injeta uma sede Que nem mesmo ela aplaca Um velho me diz De vez em quando a vida me ataca E me injeta uma sede Que nem mesmo ela aplaca Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia Tudo o que o vento afaga se apaga um dia