Céu nublado cinza, quarta de cinza Dias que plana a prana, alguns dias são mei ranzinza Me escuto em silêncio, soltei e cortei minha língua A alma grita, ninguém ouve, sem par, me sinto ímpar A interpretação é de quem interpreta Me tranco no meu calabouço e sentencio prisão perpétua Mais perto de mim e perto a consciência As manifestações, desperto a reverência O que era pra ser minha maior referência Preso atrás das grades, ausência da inteligência Biza sinto sua falta e a vó maria também Recebo suas ligações, nossos alôs do além Me sinto alien, penso, sinto, calafrio No escuro ilumino o breu como uma tocha, pavio Alguns dias se ausenta o fogo e sinto mais o frio Pessoas, vazios próprios, terrenos baldios Pai, eles não cuidam da Mãe, mande Kali e cale-os Proliferam falsas pazes, falsos, escrotos, me dão nojo Não enxergam a podridão, tampa de bueiro que camufla o esgoto Entendo que a proliferação inconsciente cerca a gente Pais passam pra filhos a falta de ser consciente Pai, é que tem dias que sinto mais forte É que tem dias que eu me sinto sem suporte Mãe, é que os irmãos perderam a noção Más ditos pelas bocas, os males do coração O Mãe, peço perdão pelos irmãos Logo intercedo pra que haja a verdadeira união Pai, saúdo as formas, manifestações Todas as cores e as notas, as cognições De madrugada eu senti um calafrio Não era do vento, não era do frio