O céu é cinza, venta e corvos nos cercam Na porta de onde não se quer entrar Arame farpado, pais e filhos sem poder se amar Paredes frias, silêncio fúnebre (O tempo não desfaz, o que é a dor de ver) Faces como espectros em quadros (Nos corredores onde nomes eram) números Amontoados em vagões, raças odiadas Escravos de um erro que iludiu milhões Humilhação diária imposta sem misericórdia Paro em frente ao muro das execuções (Olho pro sol!) Lutando para estar presente Me sinto envergonhado pelo que me ofende Só mais um dia, pra eles um tesouro Tempo curto vale ouro (O tempo não desfaz, o que é a dor de ver) Faces como espectros em quadros (Nos corredores onde nomes eram) números ♪ Não são seus amigos Não são do seu lugar Mas nada justifica Os dias esquecidos Os sonhos em vão As câmaras de gás O campo (Não!) Medo e angústia, sentimentos normais Pros milhares enfiados em vagões Sob o manto da águia, engenharia fatal Apelidada (solução final) Da Toca do Lobo veio a diretriz Violência sem controle pais e filhos separados Mortos de fome ou frio, mortos por gás ou por bala Amontoados nas valas Algo pra nunca se esquecer Na mente preservar Lembrança do que aconteceu Pra nunca mais voltar Sete sombras cruzam o portão (2010) Por horas vagam no campo Intermináveis reflexões Desolação, espanto No início dos 40 sangue jorrou feito água Nas florestas do leste europeu Dias de hoje, brisa mais calma Mas a tensão prevaleceu Algo pra nunca se esquecer Na mente preservar Lembrança do que aconteceu No Campo ♪ Manter-se em vigilância Desconfiai dos falsos profetas Somos um só