Lá na fazenda eu levanto de madrugada A estrela d'alva brilha sobre o horizonte Bato os tição que amanheceram na cinza Do velho angico, meu guarda fogo de ontem Ali no fogo enquanto a chaleira chia Pro meu cavalo vou preparando a ração E um cusco amigo deitado sobre as minhas botas Conto causos e anedotas que é o costume de galpão Recorro cerca, água da vala e restinga Na natureza sinto aroma silvestre Abro a cancela de uma invernada pra outra E os pés de xirca espalhados no campestre Posso dizer que os zóio do dono é remédio Na campereada que se encontra de ocasião Esquenta o sol e uma ovelha imundiciada Que se escapou da peonada e se apresentou pro patrão E campereando lá na invernada do fundo Fiz uma armada e botei com muita certeza Que até foi pena as muié não tá por perto Pra comentá-la na cozinha essa proeza E aos passitos já saio arrastando o laço Velha lembrança dos tempos que lá se vai Eu tenho fé na estrela-guia do céu E as vezes tiro o meu chapéu lembrando meu velho pai De meio-dia quando desencilho o pingo Cevo um amargo debaixo de um sinamão Um bem-te-vi no lombo do meu cavalo Do meu passado já me traz recordação Recolutando lembranças que são relíquias Deste passado de gaudério e trovador Onde levei também essa campereada O troféu pealo e roubada nos campos lindos do amor