Nasci na terra jesuíta, pedaço de chão farrapo Se a adaga me vier de ponta, eu guardo o corpo e me escapo Não disparo do perigo, nasci pra ser índio guapo ♪ Me criei a campo fora, gaudério, chucro e matreiro Sem piquete, sem potreiro, tendo o mundo por guarita E os manotaço da vida pra mim me serve de abraço E eu canto que me espedaço na minha pátria querida E os manotaço da vida pra mim me serve de abraço E eu canto que me espedaço na minha pátria querida ♪ Se o mundo trocar de ponta, eu sigo do mesmo jeito Sem orgulho ou preconceito, calmo igual água parada E a minha honra sagrada vou conservar a vida inteira Se for pra fazer sujeira, eu morro pobre e sem nada E a minha honra sagrada vou conservar a vida inteira Se for pra fazer sujeira eu morro pobre e sem nada ♪ Muitas vezes me entreverei entre a poeira e a fumaça Mostrei resistência e raça pra defender o meu couro Defendi taio e estouro nas horas de precisão Sou índio que na razão, nunca aguentei desaforo Defendi taio e estouro nas horas de precisão Sou índio que na razão, nunca aguentei desaforo Como diz meu amigo Benoni Botega Mais vale a lágrima de uma derrota Que a vergonha de não ter lutado, companheiro!