Há 500 anos que eu não tenho vida Há 500 anos que a alma está ferida Não tenho dúvidas, dúvidas Minha conduta é a fulga Há 500 anos que vivemos de mentira Há 500 anos que é a mesma mentira Não tenho dúvidas, dúvidas Minha conduta é a fulga O corpo do índio tomba O corpo do negro dança A espada se levanta Transpassando as crianças Os índios em desgraça Os negros em mancadas Há 500 anos que estou fora dos planos Há 500 anos que eu venho mendigando E mesmo assim, as migalhas E mesmo assim são migalhas Meu coração se aperta Meu coração desperta Meu coração deseja Meu coração peleja Por minha liberdade Total nessa cidade Há 500 anos eu trabalho para os brancos Há 500 anos eu vivendo nesse engano Sobrevivência dura Na resistência pura Quero provas Eu quero as provas Quero provas Eu quero as provas Sou a prova Eu a própria prova Oi, oi Oi, oi Meu coração se aperta Meu coração desperta Meu coração deseja Meu coração peleja Por minha liberdade Total nessa cidade Há 500 anos eu trabalho para os brancos Há 500 anos eu vivendo nesse engano Sobrevivência dura Na resistência pura Quero provas Eu quero as provas Quero provas Eu quero as provas Sou a prova Eu a própria prova