Trago na lembrança quando era criança Morava na roça gostava da prosa Do monjolo d'água, da casa de tábua Quando o sol saia invernada eu subia Pras vaca leiteira tocar na mangueira Fui moleque sapeca, levado da breca Gostava da viola e ainda ia na escola Eu ia todo dia numa égua tordilha ♪ Com quinze ano de idade, mudei pra cidade Saí da escola era rapazola Deixei de estudar, fui cacheiro num bar Trinta mil réis por mês pra servir os freguêis' Vendendo cachaça, aturando ruaça Pra mim só foi boa a minha patroa Vivia amolado com meu ordenado Trabalhei sete mês, recebi só uma vez ♪ Eu não via dinheiro, entrei de pedreiro Pra aprender o ofício, mas foi um sofriço Sol quente danado, embolsando telhado As cadera doía eu me arrependia Mas não tinha jeito, era meter os peito No duro enfrentei, não me acostumei Sou um pouco retaco, meu físico é fraco Só falar no trabalho, quase que me desmaio ♪ Tive grande impulso com outro recurso A viola é tão fácil, é só mecher nos traço Fazê modas boa, quando o povo enjoa Fazê modas dobradas e selecionada Pras festa que for não passar calor Evitar de beber pra voz num perde Dinheiro no bolso vem com pouco esforço Neste meu céu de anil, divertindo o Brasil