Numa estação rodoviária Eu vi um velho sentado O que me chamou a atenção Foi como estava trajado Um chapéu de carandá E um laço bem trançado Com uma goiaca velha E um berrante empoeirado Me aproximei do velho E apertei a sua mão Pois no traje que ele estava Mereceu minha atenção Ele me disse meu filho Fui carreiro do sertão Fui capataz de fazenda Fui tropeiro e fui peão Vi tantas coisas bonitas No interior do meu sertão Tocando boi pantaneiro No lombo de um pagão Conduzi tantas boiadas Lá nos confins do sertão Porém hoje tudo mudou O vaqueiro é o caminhão Já sinto o peso dos anos Tudo mudou de repente No caminho desta vida Ninguém fica pra semente Carrego este berrante Pois ele faz bem pra gente Ele alivia a saudade E a dor que o meu peito sente Chegando ao fim da conversa O velho então me falou Vou descer na plataforma Pois o meu ônibus chegou Pegou a sua bagagem Na condução ele entrou Com destino a Barretos O velho peão embarcou