Sou a maldade em crise Tendo que reconhecer As fraquezas de um lado Que nem todo mundo vê Fiz em mim uma faxina E encontrei no meu umbigo O meu próprio inimigo Que adoece na rotina Eu quero me curar de mim Quero me curar de mim Quero me curar de mim O ser humano é esquisito Armadilha de si mesmo Fala de amor bonito E aponta o erro alheio Vim ao mundo em um só corpo Esse de um metro e sessenta Devo a ele estar atenta Não posso mudar o outro Eu quero me curar de mim Quero me curar de mim Quero me curar de mim Vou pequena e pianinho Fazer minhas orações Eu me rendo da vaidade Que destrói as relações Pra me encher do que importa Preciso me esvaziar Minhas feras encarar Me reconhecer hipócrita Sou má, sou mentirosa Vaidosa e invejosa Sou mesquinha, grão de areia Boba e preconceituosa Sou carente, amostrada Dou sorriso e sou corrupta Malandra, fofoqueira Moralista, interesseira E dói, dói, dói me expor assim Dói, dói, dói despir-se assim Mas se eu não tiver coragem Pra enfrentar os meus defeitos De que forma, de que jeito Eu vou me curar de mim Se é que essa cura há de existir Não sei, só sei que a busco em mim Só sei que a busco Me curar de mim Me curar de mim Me curar de mim Me curar de mim