Quando os Europeus chegaram aqui Eles poderiam ter todos morrido De inanição, escorbuto Ou qualquer uma outra pereba Nesse litoral Se essa gente não tivesse acolhido eles Ensinado eles a andar aqui e dado comida pra eles Eles chegaram aqui famélicos, doentes E o Darcy Ribeiro disse que eles fediam Quer dizer Baixou uma turma na nossa praia Que tava simplesmente podre Durante muito mais do que cem anos O que os índios fizeram Foi socorrer brancos, flagelados Chegando na nossa praia E entender que os brancos eram invasores Quer dizer, demorou pros índios interpretarem Que os brancos estavam aqui pra ficar E pra tomar a terra E se possível escravizar os donos da terra Vem cá, olha pra minha cara Que tu acha? Faço linha autodidatas Ou costuro ego e farsas? Vem cá Respeita a nossa história No verbal ancestral que fala Por isso nada segura E nada abala a flecha que foi disparada Quem tu pensa que é? Espírito branco! não importa a cor Se for podre por dentro Nas vielas, praças ou centros ligeiro, sopro do vento Na força, Tupã tá vendo Cuidado com o teu exemplo Olhando nossas faces e dizendo: ó lá ozíndio Só se tem cabelo liso Pintado e trajado, é isso? Exótico é meu pinto! Corpos seguros de si Laranjas fortes, eu assino E só sorrindo dessa face embranquecida Ficam pálidos ao ver os preto no poder E a mata renascida! Semente sempre que vinga Então cultivo a minha vida Cês vão ter que respeitar a cultura indígena União dos ancestrais à favor dessas vidas! Não sou feito pro toque de qualquer Então licença, baixa bola Eu sou exemplo pra quem quer Aprender a aprender como que é Anota a placa, da sola do meu pé Tupinambá de Abya Yala, muito axé! Não sou feito pro toque de qualquer Então licença, baixa bola Eu sou exemplo pra quem quer Aprender a aprender como que é Anota a placa, da sola do meu pé Tupinambá de Abya Yala, muito axé! E no local de consumo dos branco A hipocrisia estampada nos pano História viva de farsas gritando Sua idolatria que mata há anos Originários se mantém com a fé nos cantos Cidades são aldeias mortas, não! Cidades são cimentos que nunca prosperarão, anotem que verão Aldeias nunca morrerão! Eu digo isso porque eu sou a Continuidade dos que nunca viveram em vão Fiz esses verso com intenção De analisar os fatos Esses que tão bem escondidos Nesses seus olfatos Então respira e respeita O cheiro da mata Cobra coral na cinta O Tupinambá quem vos fala (Eu sou Tupinambá) (Eu sou de Aruanda, eu sou) (Eu sou Tupinambá) (Eu sou de Aruanda, eu sou) Não sou feito pro toque de qualquer Então licença, baixa bola Eu sou exemplo pra quem quer Aprender a aprender como que é Anota a placa, da sola do meu pé Tupinambá de Abya Yala, muito axé! Não sou feito pro toque de qualquer Então licença, baixa bola Eu sou exemplo pra quem quer Aprender a aprender como que é Anota a placa, da sola do meu pé Tupinambá de Abya Yala, muito axé! ♪ Eu não sei por quê você tá me olhando com essa cara tão simpática Nós estamos em guerra O seu mundo e o meu mundo tão em guerra Os nossos mundos tão todos em guerra A falsificação ideológica que sugere que nós temos paz É pra gente continuar, é Mantendo a coisa funcionando Não tem paz em lugar nenhum É guerra em todos os lugares o tempo todo