Acordo às 5 da matina Reclamando da rotina Dou um trato na faxina Vida dura de heroína Minha cara de caveira Vai abrir a geladeira Esqueci de fazer feira Vou fuçar lá na lixeira Uma espinha pro gatinho Pro cachorro um ossinho Requentar o cafezinho E sair apressadinho Todo dia atrasada Já estou acostumada Condução sempre lotada Vida dura de empregada ♪ Para o mundo Que eu quero descer Tem muito vagabundo Atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca Mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco Do balacobaco ♪ Minha patroa é estranha Passa o dia só na cama O marido bebe grana A mais velha é piranha A do meio é patricinha O mais novo é mocinha Meu lugar é na cozinha Vida dura de fuinha Motorista xavecando Jardineiro azarando Porteiro se assanhando Ê, vou logo avisando Meu amor é pra quem pode Quem não pode se sacode Pode amarrar seu bode Com a minha cabra ninguém fode ♪ Para o mundo Que eu quero descer Tem muito vagabundo Atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca Mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco Do balacobaco ♪ Sirvo a janta e vou embora Já passou da minha hora Abusando é que demora Vem a chuva e piora Caminhando na calçada Medo de ser assaltada Medo de ser sequestrada Medo de ser estuprada Sou escrava independente Ganho menos que indigente Não posso ficar doente Amanhã tô no batente Vou rezar para Jesus Aliviar a minha cruz Meu buraco não tem luz Vida dura de avestruz ♪ Para o mundo Que eu quero descer Tem muito vagabundo Atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca Mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco Do balacobaco Do balacobaco É do balacobaco