Chinela, menino Vamo arrochando o nó ♪ Nos braços de uma morena quase morro um belo dia Inda me lembro do cenário de amor Um lampião aceso, um guarda-roupa escancarado Vestidinho amassado debaixo de um batom Copo de cerveja e uma viola na parede E uma rede convidando a balançar No cantinho da cama um rádio a meio volume Um cheiro de amor e de perfume pelo ar Numa esteira O meu sapato pisando o sapato dela Em cima da cadeira, aquela minha bela cela Ao lado do meu velho alforje de caçador Que tentação Minha morena me beijando feito abelha E a lua malandrinha pela brechinha da telha Fotografando o meu cenário de amor Numa esteira O meu sapato pisando o sapato dela Em cima da cadeira, aquela minha bela cela Ao lado do meu velho alforje de caçador Que tentação Minha morena me beijando feito abelha E a lua malandrinha pela brechinha da telha Fotografando o meu cenário de amor Oh, meu fi Vai balançando, vai, Bobby Meu Deus! Em todo canto tem essa coisinha, né ♪ Segura, BJ, véi da cintura de ovo ♪ Eu não preciso de você O mundo é grande e o destino me espera Não é você quem vai me dá na primavera As flores lindas que sonhei no meu verão Eu não preciso de você Já fiz de tudo pra mudar meu endereço Já revirei a minha vida pelo avesso Juro por Deus, não encontrei você mais não Cartas na mesa O jogador conhece o jogo pela regra Num sabe tu que eu já tirei leite de pedra? Só pra te ver sorrir pra mim não chorar Você foi longe Me machucando, provocou a minha ira Só que eu nasci entre o velame e a macambira Quem é você pra derramar meu mugunzá? Eu me criei Ouvindo o toque do martelo na poeira Ninguém melhor que mestre Osvaldo na madeira Com sua arte criou muito mais de dez Eu me criei Matando a fome com tareco e mariola Fazendo verso dedilhado na viola Por entre os becos do meu velho vassoural Castiga É Catuaba com Amendoim Só no balanço ♪ Não sou profeta nem tão pouco visionário Mas o diário desse mundo tá na cara Um viajante na boleia do destino Sou mais um fio da tesoura e da navalha Levando a vida, tiro o verso da cartola Chora viola nesse mundo sem amor Desigualdade rima com hipocrisia Não tem verso e nem poesia que console um cantador A natureza na fumaça se mistura Morre a criatura e o planeta sente a dor O desespero no olhar de uma criança A humanidade fecha os olhos pra não ver Televisão de fantasia e violência Aumenta o crime, cresce a fome do poder Boi com sede bebe lama Barriga seca não dá sono Eu não sou dono do mundo Mas tenho culpa porque sou filho do dono Boi com sede bebe lama Barriga seca não dá sono Eu não sou dono do mundo Mas tenho culpa porque sou filho do dono Eu não sou dono do mundo Mas tenho culpa porque sou filho do dono E com muito orgulho