Sonora madeira... Prece rude entre cabrestos. Soluça recuerdos decifrados em segredos, Limite traçado por dois pontos cardeais Compondo buçais, na orquestração dos meus dedos... Sonora madeira... Quando recorro a presilha Afino as rendilhas em teu corpo de alma santa. Linguagem dos matos, transpondo a voz natural Se tornando imortal, cruz no peito de quem canta. És Deusa de cordas da presilha ao fiador. Por ti me fiz cantor ao dar sentido e razão... Entregue em minhas mãos por ter alma e vida plena Que a presilha te condena a ficar junto ao coração. Sonora madeira... Tens o espírito moreno Cordas de sereno, todas de alma estendida... Nos claros de argola do fiador fui entender Que o bordão deve ser um cabresto que tem vida... Do fiador à presilha, mora uma Deusa de cordas... Da ternura que ela acorda nasceu um feitiço antigo. Explico a saudade quando em teu corpo se agarra: - É minha alma, guitarra! Que ficou presa contigo.