Quando o vento galopeia Pelo campo e, como um potro, Deixa o peão de chapéu torto Lagarteando na soleira, Suas flores saem rolando E vão, sem rumo, se enredando Nos cavacos da lenheira! E a copa dos cinamomos Que da estância é a ante-sala, A gingar, se despetala Dos seus pássaros cantores. Sua galharia se arrufa Com o moleque lufa-lufa Do chuvisqueiro das flores. Linda flor de cinamomo Que tem pétalas de espora Sai rolando pátio a fora Campeando o que não perdeu. A vassoura é quem te espera, Faz de conta, a primavera No meu peito não morreu. Pelo intenso movimento De sua linda floração São levadas pelo vento Como uma chuva de verão. Com o tapete de estrelinhas Todo o chão fica azulado Como um céu que foi pintado Libado pelas abelhas. Lindo é ver o peão caseiro A dançar pelo terreiro Varrendo o cisco de estrelas.