Dos presentes que eu ganhei Vou lhes contar de um regalo Pega esse porco e faz cavalo Pra te laçar em rodeio Que venha batendo o freio Quando entra no povoado Desço régua gaviona No costado do alambrado Um alasão pelo de fogo Olei' crina, favo de mel Louco, amargo como um fel Foi bandeado pra mangueira Junto de guarda madrera Que vinham batendo o casco Desafiando algum Genête Que fosse dono do vasto Foi sete, oito galope 'Tava sujeito e o cavalo De laçar, 'rebou tapeá-lo Mas corria sempre arroiado Nóis já estava combinado Delar aquele campo afora Abaixo de arranhador Algum pinte a sua espora ♪ Foi dois pulo e uma puxada Que deu aquele bagual Saquei a rédea e o gussol Ficou comigo no chão Ainda me sentou-lhe as mão Que, de susto, quase morro Saiu abanando, o pelego Juntando ovelha e cachorro Até pra trazer cachaça do soia Ele cortava arroiado Se assustando, retovado Cada volta e se empinava Parece que me convidava Me assusta, me atropela Que é pra mim te dar outro tombo Bem na frente da cancela Interior do município Genête, Luiz, Abelardo Eu peço a quem escutar Transmitir esse recado Verem a estância do sobrado Nas espora e tempo forte Pra montar no diabo loiro Que é pior do que o vento norte Hoje, reparte troféu Com os vinetes afamado No mundo dos alforriado Ele é um rei em seu trono Jamais perde o entono Entre rodeios e festas Arredondando Genêtes Na roupilha da floresta Um abraço ao inconfundível gaúcho de São Gabriel Companheiro Reinaldo Menezes