Das cinzas que nunca somem, O pó. Tudo se desfaz, Se reproduz E voa. Tudo que voa E chega E some E continua Preto com branco, Retorna Se une Renasce. Vem. Ser de novo um novo ser, Enquanto a vida Brota e rebota o mundo. As árvores e as flores Recomeçam tudo Abram todas as portas, as janelas do quarto, Que trazemos mãos cheias de sementes. Cada passo, palavra ou canção É um presente dos dias Que cai na terra a cada instante. Vai caminhante, antes do dia nascer. Pode-se ouvir a voz de uma menina cantando Em torno do sol. Brincando de roda No jardim das horas, Onde dançam os séculos Em ciranda como crianças descalças Sobre o chão perpétuo. Sobre o chão perpétuo.