Abre a folha do livro Que eu lhe dou para guardar E desata o nó dos cinco sentidos Para se soltar Que nem o som clareia o céu nem é de manhã E anda debaixo do chão Mas avoa que nem asa de avião Pra rolar e viver levando jeito De seguir rolando Que nem canção de amor no firmamento Que alguém pegou no ar E depois jogou no mar Pra viver do outro lado da vida E saber atravessar Prosseguir viagem numa garrafa Onde o mar levar Que é a luz que vai tecer o motor da lenda Cruzando o céu do sertão E um cego canta até arrebentar O sertão vai virar mar O mar vai virar sertão Não ter medo de nenhuma careta Que pretende assustar Encontrar o coração do planeta E mandar parar Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas Fazer um minuto de paz Um silêncio que ninguém esquece mais Que nem ronco do trovão Que eu lhe dou para guardar A paixão é que nem cobra de vidro E também pode quebrar Faz o jogo e abre a folha do livro Apresente o ás Pra renascer em cada pedaço que ficou E o grande amor vai juntar E é coisa que ninguém separa mais Que nem ronco do trovão Que eu lhe dou para guardar