No Castelo, ponho um cotovelo Em Alfama, descanso o olhar E assim desfaço o novelo De azul e mar À Ribeira encosto a cabeça A almofada da cama do Tejo Com lençóis bordados à pressa Na cambraia de um beijo Lisboa, menina e moça, menina Da luz que os meus olhos veem tão pura Teus seios são as colinas, varina Pregão que me traz à porta, ternura Cidade a ponto luz bordada Toalha à beira-mar estendida Lisboa, menina e moça, amada Cidade, mulher da minha vida No Terreiro, eu passo por ti Mas da Graça, eu vejo-te nua Quando um pombo te olha, sorri És mulher da rua E no bairro mais alto do sonho Ponho o fado que soube inventar Aguardente de vida e medronho Que me faz cantar Lisboa, menina e moça, menina Da luz que os meus olhos veem tão pura Teus seios são as colinas, varina Pregão que me traz à porta, ternura Cidade a ponto luz bordada Toalha à beira-mar estendida Lisboa, menina e moça, amada Cidade, mulher da minha vida Lisboa no meu amor, deitada Cidade por minhas mãos despida Lisboa, menina e moça, amada Cidade, mulher da minha vida