Da nascente do meu sonho Corre o rio sem fim Que passou por entre as margens Daquelas várias viagens Velha invicta, coração azul e branco O teu sotaque é único fruto do bruto e franco Tua mística é sangue azul na veia artística Sem filtro na linguística maior característica Quando te vestes de cinza tornas-te fria E falas-me saudade, solidão e nostalgia E entre a neblina das sete da matina Do topo da colina, ninguém imagina Como és tão bela, mas nunca adormecida Tua face é uma tela sem preços jamais vendida Da Cúpula do Palácio ao Arco D. Luís Cruzei o Atlântico levei comigo a tua raíz Essa pronúncia do Norte que em palcos me acompanha Que à primeira se estranha Mas depois se entranha As tuas margens são a mais bela inspiração E esse teu cheiro inesquecível como noites de S. João Da nascente do meu sonho (Da nascente do meu sonho) Corre o rio sem fim (Sem fim...) Que passou entre as margens Tão diversas mais além Daquelas várias viagens Que esse imenso rio tem Abstracto, casario ribeirinho na neblina Sentimento intenso do topo da colina Sotaque serrado gritado à porta do tasco Escorre néctar divino envelhecido em casco Grizo que paralisa, pesado como pipas Por isso visualiza, suor que vem das tripas Gente invencível e empreendedora e crítica Na rua rostos rijos de ruga granítica É humidade aos molhos, morrinha molha tolos Vida que vem da vinha e alimenta todos Manhãs gélidas, tardes melancólicas O cinza pincelado de camélias e magnólias Paisagens bucólicas de arquitecturas góticas Óticas de Mira-Douro relatam histórias De Valdes D'Ouro o meu tesouro duradouro Até andar violeta para o Prado do Repouso Da nascente do meu sonho (Da nascente do meu sonho) Corre o rio sem fim (Sem fim...) Que passou entre as margens Tão diversas mais além Daquelas várias viagens Que esse imenso rio tem Da nascente do meu sonho (Da nascente do meu sonho) Corre o rio sem fim (Sem fim...) Que passou entre as margens Tão diversas mais além Daquelas várias viagens Que esse imenso rio tem