Sabina era uma quitandeira Que trabalhava nas ruas do Rio de Janeiro em 1889 Ano em que a Monarquia foi derrubada Pouco antes da queda de D. Pedro II Os estudantes de medicina Republicanos até os ossos E principais clientes das laranjas que Sabina vendia Alvejaram com as frutas do tabuleiro da vendedora A carruagem do Visconde de Ouro Preto Um figurão do Império que cruzou à frente da escola Na manhã seguinte, o subdelegado da região Chegou com a polícia e expulsou Sabina do ponto Além de apreender seu tabuleiro E levar as laranjas sabem os deuses para onde Os clientes de Sabina Resolveram armar um protesto contra a arbitrariedade Percorreram o Centro da cidade Com laranjas espetadas em bengalas E receberam boa adesão da população A marcha era precedida por um estandarte Com uma coroa feita com bananas e leguminosas E uma faixa em homenagem ao homem da lei Ao exterminador das laranjas Em pouco tempo, as ruas do Centro Estavam tomadas por uma passeata repleta de laranjas Fez-se um carnaval fora de época nas esquinas cariocas Os manifestantes saíram do Largo da Misericórdia Percorreram a Primeiro de Março E ao entrarem na Rua do Ouvidor Saudaram as redações dos principais jornais De onde receberam mais adesões e vivas entusiasmados Diante da reação popular O subdelegado pediu demissão E a chefatura de polícia admitiu que a quitanda de rua Voltasse a funcionar no mesmo local