Quantas folhas morrem hoje? Quantas folhas é que morrem hoje? E quantas folhas morrem hoje? Quantas folhas é que morrem hoje? Se não sabes a resposta eu trago e se não há uma resposta eu faço Que eu tenho visto como caem e se largam Dos que as sempre as suportou e lhes deu a cor Procuram aterrar em terra e largar sementes  espera que o solo se torne multiplicador Sonharam em também ter troncos e raízes Fortes e feliz, para serem a casa de bichos Elas não sabem é que o chão não as quer E que o sonho delas só será um sonho nem que sejam livres Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore? Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores? Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore? ♪ E as que não tentam é que são persistentes A dependência de existir diz "não tentes" Fica agarrado a quem te cria, quem te guia E nunca vais ter o sabor de arrependimento Nunca vais saber que a dor é pra quem respira E que cair é voar para quem não tem medo Cair também é voar para quem não tem medo Também é voar para quem não tem medo Cair é voar para quem não tem medo Se não sabes o caminho eu digo E se não há um caminho eu crio Por estar atento ao que as árvores nos dão O desapego é a raíz de todo o altruísmo Quem anda a roubar as folhas do chão E porque escondem que falhar é estar vivo? Porque escondem que ignorar é um pacto sem se falar do facto Que o sacrifício do mato está no nosso casaco E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio, frio, frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio E que elas caem para não termos frio Quantas folhas morrem hoje? Quantas folhas é que morrem hoje? Quantas folhas morrem hoje? Quantas folhas é que morrem hoje? Quantas folhas tem o teu casaco? Quanto daquilo com que tu te agasalhas foi roubado Ou largado, e eu não vejo a repor aquilo que o outro deu É que hoje em dia não se arrisca nem ideias E o que a vista diz são meias verdades Quem não se dá arrisca-se a nunca ter nada seu E é que eu não tenho nada teu Mas vejo onde é que guardas o saque Folhas num saco mal fechado Tudo isto só pra teres um folhado todo avermelhado Em Fevereiro quando todas ainda temem Não ver a primavera no seu parque Não ver a primavera no seu parque Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore? Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores? Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore? ♪ Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore? Quem vai dizer às folhas que elas nunca serão árvores? Quem vai dizer à folha que ela nunca vai ser árvore?